sábado, 13 de fevereiro de 2016

Desconexos

É na realidade algo bem comum:
As vezes tenho que mover uma parte do meu corpo para poder mover outra. É algo tão simples e que sempre se mostrou presente. Tenho que mover uma peça no xadrez para ser seguro mover outra; algumas vezes até ser possível move-la. Com o tempo, as jogadas tornam-se tão fluidas que os movimentos de preparação tornam-se parte do movimento final. Nesse aspecto, o xadrez e o combate são os mesmos. Cada peça movida leva consigo o peso de todo tabuleiro, assim como o corpo leva o peso de todo o universo.
Quando o movimento é desconexo, ele é incompleto; imperfeito.
É como quando você está parado e se sente cair levemente para o lado; as vezes para trás, as vezes para frente. Como se a terra continuasse girando normalmente, mas você esta infinitesimalmente mais lento que ela - e por isso começa a cair.
É como ter sua inércia quebrada. Ou o mundo girando com você ainda parado.
São dois problemas simples, analisados de uma maneira simples. O pensamento é simples. Porém, eles me parecem desconexos, incompletos - imperfeitos.
Não necessitam, contudo, serem complexos.
Tenho percebido que ao fim, as coisas parecem feitas para serem simples:
Para acordar cedo tenho de querer assistir o nascer do Sol, tanto quanto preciso dar um passo depois do outro.