domingo, 30 de setembro de 2012

Unnamed Wrote I (0.4)

E carregando o sonho em suas mãos, caminhava cansado para sua origem. Nada no mundo podia se opor a sua vontade, o mundo era sua vontade. E perante tudo isso, clamava que tal não fosse a verdade.
Tudo ele havia submetido, tudo dele se tornou, tudo ele se tornou.
Mas perante tudo que passara, ele permaneceu; ele tinha de permanecer. Sua existência tudo podia, por exceção de não poder. Ora, ao acaso existe onipotência sem o  direito de abdicá-la?
O mar de estrelas que inundava o céu ensolarado, refletia as memórias da formação do deserto que era cruzado. Diante de tudo o que queimou e se dissipou, um sonho foi tudo o que restou, mas que no fim, como água por entre os dedos escapou.
Porém quando o último sonho foi perdido, uma ultima esperança foi acendida. Como uma luz no fim de um infinito túnel de escuridão, apresentou-se para o homem o momento de sua consumação. O momento em que com tudo finalizaria a sua união. O momento em que seu objetivo seria tocado pelas suas mãos. O momento que fora interrompido pelas suas próprias lágrimas, que saiam das janelas de sua alma por algo antes chamado de emoção. Própria emoção que não permitiria tal consumação, por provar que ainda havia alguma ação. E graças a isso, por toda a eternidade prosseguiu, existente pelo desejo de não existir. Sendo por querer não ser. Sendo por não querer ser.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Take a look to the skies.

Ao ser obrigado a um mínimo compromisso mensal com essa bagaça este domínio, acabei buscando por coisas a falar. Na minha situação de vida pessoal de agora, seria normal falar sobre temas como amor ou relacionamentos, mas sinceramente, eu não estou dando a mínima para os mesmos na minha mente. Na falta do que fazer, chutei minha liberdade e me obriguei a falar sobre um tema qualquer que fosse proposto por uma pessoa qualquer a minha escolha. não que você seja uma pessoa qualquer bruna e.e
A palavra que veio até mim então foi o céu. Mas porra poxa, falar sobre o céu é algo tão pacato e entediante. É simplesmente poetizar algo que milhares de pessoas poetizaram. É falar de algo que bilhões de pessoas já viram e costumam ver todos os dias. É falar apenas de um dos nomes que deram pra algo quase infinito, o nome mais limitado de todos eles, pois é provável que em todos aqueles que lêem isso, a imagem do céu é incrivelmente menor que a imagem do universo, mesmo sendo a mesma coisa.
Além do mais, transmitir a beleza e a grandeza dos céus apenas com palavras, minhas palavras, não é algo que está ao alcance das minhas mãos agora. Tentar demonstrar a beleza daquilo que dá a cor dos oceanos e dos mares, daquilo que fez poetas e cientistas derramarem lágrimas apenas de pensar no mesmo, daquilo que muitas vezes é considerado a origem de tudo, muitas vezes considerado um deus, daquilo que fez nascer ao menos a poesia e o pensamento no coração de muitos, é perda de tempo. Tentar demonstrar a grandeza do lugar que cobre todo o nosso mundo, que está presente não somente sobre nós, mas também por sobre toda nossa criação, é tolice de minha parte. Desde Malacandra até o País das Maravilhas, de Nárnia até o Outro Lado do Espelho, todos estão sobre o mesmo céu. Nem sempre um céu azul, a cor dele varia tanto quanto os braços de sua imaginação alcançam. O lugar que mesmo sem ser nada, é o mesmo em todos os lugares. O lugar onde nós estamos, onde nosso Sol está, junto de nossa tão amada Lua. Onde Peleandra e o Asteróide B 612 pairam lentamente, e seus habitantes acenam e nos observam calmamente. onde nossos criadores nos observam lá de Órion e preparam nossa destruição também
(Kazaana; Imagem disponivel em <http://www.zerochan.net/949983>)
Mas no fim, esse texto todo foi apenas ilustrativo pras pessoas desistirem e não lerem o poeminha para não ficar tão vazio. Na tentativa de expressar tudo isso, resolvi me redimir pela incapacidade fazendo uso da simplicidade.

Um amor pediu para falar sobre o céu
Mas como sobre o céu não consegui falar
Acabei por sentir como um réu
Então basta-me apenas o infinito contemplar

Obrigado à Michelle Goliath pela crítica ao poema e à Bruna Teixeira pelo tema totalmente randômico

segunda-feira, 18 de junho de 2012

And shall be nothing!

Fascinante como a determinação humana sofre mudanças de forma tão rápida, mas as vontades sempre permanecem até quando for possível.
A vontade de fazer um blog está no meu interior já faz tempo, não direi que sempre esteve, pois esse sempre é algo muito raro em minha vida. Mas mesmo com essa vontade dentro de mim, que crescia gradativamente conforme o tempo passava, nunca me senti realmente determinado a fazer isso. Certamente houveram momentos de inspiração, febres, porém eram momentos que rapidamente passavam, eram apenas momentos. Esse adiamento do inicio do blog se prolongaria eternamente, era isso que parecia.

Mas como as probabilidades e improbabilidades sempre se metem em minha vida, dessa vez não foi diferente. A partir de uma incrível conspiração entre o Efeito Borboleta e a minha amada Teoria do Caos, um desses momentos aconteceu na hora mais oportuna possível: Agora.
Aqui estou eu, de madrugada na casa dos meus pais, sou o único acordado e o único som que ouço é o do vigia apitando na rua silêncio. Este tão amado silêncio, que muitas vezes me lembrará de escrever algo por aqui. Este tão odiado silêncio, que sussurra palavras em meus ouvidos para que eu as grite. Estou gritando-as agora mesmo, mas mesmo assim, meu grito não é capaz de vencer o silêncio, que continua a sussurrar nos meus ouvidos. E assim prossegue esse ciclo inacabável, de gritos e sussurros indesejados e esperados.
Porém, esses gritos não são nada além de uma forma de transmitir algo que não sou capaz de reproduzir. São formas de me expressar, nas quais sou compreendido, mas não mostrei como queria, não mostrei o que me foi mostrado. Esses gritos são a expressão de meu dia-a-dia, esses gritos mostram tudo o que eu já alcancei, e buscam tudo o que ainda não está dentro de minhas capacidades. Estes gritos são meus desejos. Ao pensar desta forma, talvez fosse lógico intitular este blog de Desejos, Gritos e Sussurros, Transmissões Linguísticas Fora de Meu Alcance Atual e o caraiaquatro restante todo, mas fui levado a escolher Onomatopéias.
- Por que? - pergunto eu para eu mesmo.
- Por nenhum motivo de grande relevância. Onomatopéias são o nome exato para o ato de expressar algo o qual não está dentro dos alcances de sua linguagem, que não é diferente do que farei aqui. Meus desejos, meus gritos, meus sussurros e minhas vontades, são apenas onomatopéias soltadas ao léu neste universo silencioso. - Reponde eu mesmo para mim.
And the rest is silence... (me sinto incrível, escrevendo para que eu mesmo leia, well, fuck.)