domingo, 30 de setembro de 2012

Unnamed Wrote I (0.4)

E carregando o sonho em suas mãos, caminhava cansado para sua origem. Nada no mundo podia se opor a sua vontade, o mundo era sua vontade. E perante tudo isso, clamava que tal não fosse a verdade.
Tudo ele havia submetido, tudo dele se tornou, tudo ele se tornou.
Mas perante tudo que passara, ele permaneceu; ele tinha de permanecer. Sua existência tudo podia, por exceção de não poder. Ora, ao acaso existe onipotência sem o  direito de abdicá-la?
O mar de estrelas que inundava o céu ensolarado, refletia as memórias da formação do deserto que era cruzado. Diante de tudo o que queimou e se dissipou, um sonho foi tudo o que restou, mas que no fim, como água por entre os dedos escapou.
Porém quando o último sonho foi perdido, uma ultima esperança foi acendida. Como uma luz no fim de um infinito túnel de escuridão, apresentou-se para o homem o momento de sua consumação. O momento em que com tudo finalizaria a sua união. O momento em que seu objetivo seria tocado pelas suas mãos. O momento que fora interrompido pelas suas próprias lágrimas, que saiam das janelas de sua alma por algo antes chamado de emoção. Própria emoção que não permitiria tal consumação, por provar que ainda havia alguma ação. E graças a isso, por toda a eternidade prosseguiu, existente pelo desejo de não existir. Sendo por querer não ser. Sendo por não querer ser.